quarta-feira, 29 de abril de 2009

Uma parada para falar da crise...

É impossível neste momento "histórico" deixar de lado a crise econômica mundial de lado para falar apenas de historia do jornalismo, o mundo vive hoje uma mudança que também faz parte da historia da comunicação, da imprensa, do jornalismo diário não só econômico, mas de ideias e claro de novas ideias. Se no passado onde tudo praticamente começou os ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade da Revolução Francesa levantaram a bandeira da liberdade de expressão e com ela o surgimento brutal da censura para impedir a difusão de tantas idéias hoje, nossos jornais lutam exatamente pelo que?

Vivemos uma pressão mundial em relação a um capitalismo falido residente no país que mais usufruiu deste sistema, o famoso U.S.A, e para resolver tal problema os mesmo “jornais” que um dia já lutaram por mudanças colocam um homem, apenas um homem, como salvador.Apóiam-se em quebra de paradigmas para sustentar e justificar sua posição enquanto aqui no Brasil tudo que vemos, ou melhor pouco sabemos, são a enormes trapalhadas da Câmara dos Deputados,diretores de garagem no Senado;um pouco de tudo divulgado e nada resolvido.

Se em tempos de censura talvez bem mais radical, a difusão de ideias e a luta por mudanças eram mais significativas, porque hoje tudo “o que não vemos” é apenas divulgado, a liberdade de expressão existe, mas o posicionamento e a opinião ainda são ferramentas que poucos querem usar.É inevitável diante de uma necessária mudança mundial deixar minha opinião de lado sobre o que a imprensa faz , penso que o pior não é usar quebra paradigmas ou informar o que se passa com a política, mais sim a falta de debates de idéias e de questionamento dos que recebem e fabricam a informação.

Por: Lilian Andrade

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Liberté, egalité, fraternité-Pero no mucho!

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias."
A frase de Pablo Neruda só se torna apta ao jornalismo durante a Revolução Francesa, quando surge a necessidade de ir além dos serviços prestados; inicia-se então o auge do jornalismo de ideias.

A nova maneira de fazer jornalismo favoreceu a relação entre jornalista e leitor, este percebeu que quem escrevia buscava lhe passar tudo que sabia e achava necessário. O jornalista queria formar uma opinião pública mais correta e consciente.

Um dos lemas da Revolução, a Liberdade, foi implantada no jornalismo nesta mesma época, e parece que fez sucesso. Só de 1789, o ano que deu início à revolução, até 1797 cerca de mil novos títulos apareceram; eram panfletos, folhetos, periódicos entre outros. Porém, assim como hoje essa liberdade era muito complexa e contraditória.

Houve uma divisão política entre girondinos, que eram a elite e os jacobinos, que representavam as classes mais pobres (inclusive os jornalistas); a liberdade era defendida pelos jacobinos. Foi aprovada, em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que entre seus artigos se contradizia, o que demonstrava que a liberdade não era total.Os jornais que iam contra o sistema monárquico eram censurados. Robespierre, mesmo sendo líder jacobino, exerceu censura e criou a lei de suspensão dos escritos (1793). Por causa dessa lei muitos jornalistas morreram ou tiveram sua obra destruída.

Marcondes Filho disse que: “O jornalismo é filho legítimo da Revolução Francesa” porém, não seria incorreto dizer que essa Revolução só se desenvolveu graças ao impulso do jornalismo. Esse novo jornalismo também cria dúvidas sobre a imparcialidade. Se ela realmente existe no jornalismo, não é em seu significado mais literal; o jornalista até pode deixar de expor sua opinião em um texto, mas a partir do momento que escolhe um tema para dissertar está sendo parcial.

Por:Eliria Buso e Ana Carolina Barella
Ilustração:Alexandre Gama

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Entulho autoritário


Restringir? Inibir? Realmente alcançamos a liberdade de expressão? Bem no fundo do armário tinha algo podre, cheirava a repressão. E achávamos que estávamos livres em pleno século XXI...
Em 1967, um dos anos de chumbo, foi vigorada uma lei que se encontra até os dias de hoje: A lei de imprensa. Ela fere a constituição de 88 pois é totalmente antidemocrática e anacrônica, punindo de forma dura os jornalistas.
A lei é discutida até hoje, e essa semana teve início um julgamento que projeta o seu fim. O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) assina a ação a favor do fim da lei, que se mostra mais severa que o próprio código penal. Para a calúnia, a lei de imprensa prevê no máximo pena de três anos de detenção, enquanto o código Penal prevê dois; para a difamação, a lei estabelece 18 meses, e o código, um ano. De seus 77 artigos 15 já foram suspensos.
Evidentemente retrógrada as expectativas são de a lei cair, porém o Supremo Tribunal Federal adiou por tempo indeterminado a retomada do julgamento. Está em pauta também se os jornalistas devem ou não ter diploma para exercer sua profissão.
fonte : estadao.com.br

Por:Ana Carolina Barella

NOTA:
STF DERRUBA LEI DE IMPRENSA
30/4
O Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a Lei de Imprensa, uma das últimas remanescentes da ditadura militar. Os ministros consideraram o texto incompatível com a democracia e a Constituição. Agora, profissionais da mídia que cometerem abusos serão julgados pela legislação comum. Com a Lei de Imprensa, as penas de detenção eram mais rigorosas que as estabelecidas no Código Penal. O principal debate foi em torno do direito de resposta, previsto na lei revogada. No entanto, a maioria dos ministros entendeu que ela deveria ser derrubada integralmente. Há um projeto em tramitação no Congresso para regulamentar esse direito.(jornal O Estado de São Paulo)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

É útil, mas foi censurado!


O jornalismo de serviços vem sendo considerado o salvador do futuro jornalístico, talvez pelo fato de que cada vez mais as pessoas tendem a praticidade, e o mesmo nos traz isto. E vende jornais. Mas e o lado cultural e idealista do jornalismo não fará falta às próximas gerações da sociedade? Ele é chamado pelos críticos de superficial, e apontado como fonte que alimenta o consumo, porém continua ganhando cada vez mais espaço no jornal.

Tendo seu início pela necessidade do homem de interagir com o que acontece em sua volta, o jornalismo de serviços evoluiu junto com o sistema capitalista e mesmo com o surgimento das ideias no jornal resistiu ao tempo. Na atual sociedade ninguém vive sem as informações úteis ao cotidiano que recebem dos serviços; são empregos conquistados, casas compradas, vestibulares prestados a partir de leituras diárias.

Mesmo favorecendo tanto a sociedade, o jornalismo de serviços não deixou de receber a censura. Algumas prestações de serviços não são bem vistas por quem está no poder e acabam sendo manipuladas. Exemplo recente disto aconteceu na TV Câmara, onde é transmitido o programa jornalístico chamado Comitê de Imprensa, que em uma das edições deste mês discutia o caso Satiagraha.

O programa tem formato de debate, dois jornalistas são convidados, neste caso Leandro Fortes repórter da Carta Capital e Paulo José da Cunha do Globo. Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, teria telefonado para Michael Temer, presidente da câmara e misteriosamente o link para acesso do site da TV câmara fora retirado do ar, assim como as reprises do programa. O ministro Gilmar Mendes foi citado no Comitê de imprensa e não ficou nem um pouco feliz com os comentários feitos ao seu respeito. Censura? Manuel Roberto Ceabra, diretor da emissora diz que as acusações contra Gilmar Mendes se tornaram “pessoais” e “ofensivas” sempre negando a possibilidade da TV Câmara ter censurado o programa.


O programa do dia 13 de março está de volta no site, graças a todo alvoroço que Leandro Fortes fez, para quem quiser conferir colocamos o link do Comitê na íntegra: http://imagem.camara.gov.br/internet/midias/arquivo.asp?nome=tvcacomite20090313-001-wm.100.wmv&endereco=TV%5C2009%5C03/&tipo=application/xxxx

Colocamos aqui um trecho do programa que teria sido o motivo para Gilmar Mendes censurá-lo:


Por:Ana Carolina Barella e Eliria Buso