quinta-feira, 23 de abril de 2009

Liberté, egalité, fraternité-Pero no mucho!

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias."
A frase de Pablo Neruda só se torna apta ao jornalismo durante a Revolução Francesa, quando surge a necessidade de ir além dos serviços prestados; inicia-se então o auge do jornalismo de ideias.

A nova maneira de fazer jornalismo favoreceu a relação entre jornalista e leitor, este percebeu que quem escrevia buscava lhe passar tudo que sabia e achava necessário. O jornalista queria formar uma opinião pública mais correta e consciente.

Um dos lemas da Revolução, a Liberdade, foi implantada no jornalismo nesta mesma época, e parece que fez sucesso. Só de 1789, o ano que deu início à revolução, até 1797 cerca de mil novos títulos apareceram; eram panfletos, folhetos, periódicos entre outros. Porém, assim como hoje essa liberdade era muito complexa e contraditória.

Houve uma divisão política entre girondinos, que eram a elite e os jacobinos, que representavam as classes mais pobres (inclusive os jornalistas); a liberdade era defendida pelos jacobinos. Foi aprovada, em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que entre seus artigos se contradizia, o que demonstrava que a liberdade não era total.Os jornais que iam contra o sistema monárquico eram censurados. Robespierre, mesmo sendo líder jacobino, exerceu censura e criou a lei de suspensão dos escritos (1793). Por causa dessa lei muitos jornalistas morreram ou tiveram sua obra destruída.

Marcondes Filho disse que: “O jornalismo é filho legítimo da Revolução Francesa” porém, não seria incorreto dizer que essa Revolução só se desenvolveu graças ao impulso do jornalismo. Esse novo jornalismo também cria dúvidas sobre a imparcialidade. Se ela realmente existe no jornalismo, não é em seu significado mais literal; o jornalista até pode deixar de expor sua opinião em um texto, mas a partir do momento que escolhe um tema para dissertar está sendo parcial.

Por:Eliria Buso e Ana Carolina Barella
Ilustração:Alexandre Gama